Ela era uma rosa – e se orgulhava muito disso… Suas faces, levemente rosadas,
traziam o frescor da tarde e o perfume de todas as flores do mundo.
Sempre cortejada pelo cravo vermelho, que teimava em manter com ela um compromisso mais sério, via-se algumas vezes aborrecida. Afinal ficar ali naquela roseira pelo resto da vida não fazia parte dos seus planos para o futuro.
Ainda jovem, sabia que a vida deveria ser vivida bem depressa. Sentia tristeza ao pensar que, talvez, nenhuma criança a colhesse para ofertar à mãe ou à professora. Seu ideal era bem alto.
Muitas vezes sonhou estar entre os cabelos de uma estrela de cinema, ou ainda enfeitando um enorme salão onde a melhor sociedade estivesse em festa. Assim viu sua meninice e juventude.
Lembrava ainda o dia em que começara a colorir suas pétalas… Que cuidado… Cada uma delas houvera sido cortada pelas mãos do infinito, e recordava o vento trazendo um mostruário de cores do arco-íris para que escolhesse o melhor tom. Para o perfume, foram chamados os melhores químicos do reino, com as mais puras essências.
Até os espinhos tinham sido escolhidos: deveriam ter forma e tamanhos perfeitos, ser delicados, sem aquela comum aparência de defensores… Apesar disso, deveriam ser fortes e, se necessário, cuidar para que ela não fosse atingida.
Envolta em seus pensamentos, não percebera a aproximação da enorme tesoura, cortando as mais belas de sua espécie para enviar à floricultura, até que uma de suas irmãs, entre lágrimas, lhe acenou um tristonho adeus. Percebera agora que havia sido uma das escolhidas…
Não ficou triste, pelo contrário, ofertou um largo sorriso ao cravo vermelho que se despetalava em soluços.
Na floricultura, entre tantas outras, esperava pelo seu destino. Sabia que faria alguma pessoa feliz…
Uma jovem entrou, trazendo nos olhos a mágoa e a tristeza de uma grande perda. Escolheu muitas flores, e Rosa foi entre elas…
Sempre cortejada pelo cravo vermelho, que teimava em manter com ela um compromisso mais sério, via-se algumas vezes aborrecida. Afinal ficar ali naquela roseira pelo resto da vida não fazia parte dos seus planos para o futuro.
Ainda jovem, sabia que a vida deveria ser vivida bem depressa. Sentia tristeza ao pensar que, talvez, nenhuma criança a colhesse para ofertar à mãe ou à professora. Seu ideal era bem alto.
Muitas vezes sonhou estar entre os cabelos de uma estrela de cinema, ou ainda enfeitando um enorme salão onde a melhor sociedade estivesse em festa. Assim viu sua meninice e juventude.
Lembrava ainda o dia em que começara a colorir suas pétalas… Que cuidado… Cada uma delas houvera sido cortada pelas mãos do infinito, e recordava o vento trazendo um mostruário de cores do arco-íris para que escolhesse o melhor tom. Para o perfume, foram chamados os melhores químicos do reino, com as mais puras essências.
Até os espinhos tinham sido escolhidos: deveriam ter forma e tamanhos perfeitos, ser delicados, sem aquela comum aparência de defensores… Apesar disso, deveriam ser fortes e, se necessário, cuidar para que ela não fosse atingida.
Envolta em seus pensamentos, não percebera a aproximação da enorme tesoura, cortando as mais belas de sua espécie para enviar à floricultura, até que uma de suas irmãs, entre lágrimas, lhe acenou um tristonho adeus. Percebera agora que havia sido uma das escolhidas…
Não ficou triste, pelo contrário, ofertou um largo sorriso ao cravo vermelho que se despetalava em soluços.
Na floricultura, entre tantas outras, esperava pelo seu destino. Sabia que faria alguma pessoa feliz…
Uma jovem entrou, trazendo nos olhos a mágoa e a tristeza de uma grande perda. Escolheu muitas flores, e Rosa foi entre elas…
VIANNA,
Conceição Aparecida Jurado Martins in Aulas de Comunicação em Língua
Portuguesa, Luiz Antônio Ferreira, São Paulo: Ática, 1984.
Esse texto tocou meu coração é lindo!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa Fiquei ligeiramente emocionado pela história... pela entrega da Rosa destacando-se em carinho e flor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirFato emocionante!
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