quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Análise da música " Pra não dizer que não falei das flores" Geraldo Vandré

Ao analisar a letra da música de Geraldo Vandré, “Para não dizer que não falei das flores”, pode-se dizer que é possível perceber quatro itens especiais que chamam a atenção de um leitor atento e sensível: o contexto histórico a qual está inserida, os verbos que foram utilizados para sua composição, a angústia de uma nação, a sensibilidade e a perspicácia de um eu lírico que vivenciou todo sofrimento do povo  que compõe uma nação angustiada e ao mesmo tempo revoltada pela situação que vivia.
Entretanto, ao povo acordar para a realidade resolve caminhar, clamar pelas ruas o direito de voto e outros que só pertenciam ao governo da época. Por isso, por meio de manifestações, cartazes que expressavam o seu grito através das músicas e hinos que eram cantados o que se justifica no trecho “Caminhando e cantando”. Além disso, o eu lírico se expressa sobre a questão de que todos são iguais e que, portanto, as ações precisam ser colocadas em práticas. Com isso, entende-se que esperar não vai resolver e sim o ato de agir, ou seja, por em prática o desejo de viver um regime político democrático.
Já no refrão, Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” nota-se que neste momento, as pessoas estavam clamando e sonhando com a “tal democracia” que até hoje é mascarada pelo sistema. Porém, a nação foi motivada a agir e entender que só saber o que deveria fazer não era suficiente precisava fazer a coisa acontecer. O silêncio foi quebrado e algo começou a mudar. Juntos professores, alunos camponeses e até o mais humilde operário em uma só voz e um só objetivo agiram foram para as ruas em busca de seus sonhos quebrando assim, os cordões do medo que viviam.
Desse modo, verifica-se que, a passividade outrora do povo pode-se comparar com as flores que acreditava que iria calar os canhões e isso, não ocorreu quando as pessoas foram para as ruas revelar sua insatisfação pela forma de governo da época da qual o povo não participava e ainda tinha que achar que era tudo flores. Até que, os cidadãos, entenderam que, deveriam ser valentes e esperançosos e que ao se apropriar do “saber fazer” diluiriam o esperar e assim, de forma triunfal caminharam, cantaram e erguendo a bandeira da liberdade com músicas gritavam pela paz e fizeram acontecer mesmo diante de tantas flores que murcharam naquela ocasião. Estes que levaram no peito a honra de ajudar de certa forma o “acontecer” desse tempo histórico.
Entretanto, se faz necessário lembrar que, nos anos 1968, quando foi composta a canção a maioria das pessoas que se envolviam nessa luta eram as que sofriam pelas as perdas, que se remete às flores que no chão estavam simbolizando a morte. Logo, entende-se que hoje, o povo brasileiro passa pelos os mesmos momentos da época que a música foi composta, pois a passividade e a angústia são as mesmas apenas, acrescentam-se as causas.
Hoje, os jovens da atualidade são  tecnológicos e consumistas que se preocupam no seu bem-estar e não no bem-estar do outro, e muito menos da nação que, atualmente, vive uma falsa democracia. Mediante o aumento da tecnologia cada dia mais, as pessoas estão aprisionadas ao consumismo de brinquedinhos eletrônicos que servem de entretenimento, para todas as classes sociais. Dessa maneira, a juventude  de hoje, se torna alienada dos problemas políticos da sociedade. Não valorizam o ato ler o passado, e por isso não conhecem a história do gigante adormecido, por conseguinte não são capazes de formar uma história para os filhos e filhos dos seus filhos. Por fim, a nação do “pão e circo” continua caminhando agora, sem voz e ainda presa aos cordões da “ditadura democrática” cheia de incertezas e não mais com a história na mão e sim, com  a história no chão.
Valdenilde Ribeiro 

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